Equipes multidisciplinares de 14 países começaram nesta segunda-feira, dia 16, o trabalho de desenvolvimento de 12 projetos de inovação cidadã no Laboratório Ibero-americano de Inovação Cidadã (LabicBR). O trabalho se estenderá até o dia 29 de novembro, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.
Mas, o que é inovação cidadã? E para que um laboratório? “Durante muito tempo esse conceito esteve nas mãos das empresas e da academia, como se eles fossem eles os donos. Mas, com o tempo e a evolução das tecnologias digitais que facilitam o compartilhamento e a transmissão de conhecimentos, a inovação foi democratizada. Hoje, há uma série de iniciativas feitas por cidadãos e para cidadãos em que eles próprios criam e propõem soluções para resolver desafios sociais, econômicos”, explicou o responsável pelo projeto de inovação cidadã da Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib), Pablo Pascale.
De acordo com a diretora de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (MinC), Georgia Nicolau, a inovação cidadã, também chamada no Brasil de inovação social, é impulsionada através da criação em coletivos ou laboratórios das mais diversas matizes, sendo o LabicBR uma grande reunião dessa diversidade presente em 14 países ibero-americanos.
“Nós queremos estimular a formação de redes de inovação feita pelas pessoas, para as pessoas, organizadas em outros formatos que não numa empresa, que não visam só o lucro ou a busca por uma patente. Tudo em um ambiente que seja interdisciplinar e intercultural, onde as pessoas tenham os mais variados backgrounds e construam soluções locais para problemas locais, que possam ser executas por elas mesmas ou que possam pautar políticas públicas”, explicou.
Para tanto, ressalta Georgia, uma premissa fundamental do LabicBR é a documentação e compartilhamento em licenças livres de todos os projetos desenvolvidos ali, de modo a permitir o seu acesso e aperfeiçoamento por outras redes de inovação. “Os projetos devem ser apropriados como política pública, sem proprietários”, destacou.
Nesse sentido, Pascale apontou que o próprio LabicBR conta com um código de ética que o define como um espaço de colaboração, não de concorrência, de respeito à diversidade em todas as formas e de inteligência coletiva.
O secretário de Políticas Culturais do MinC, Guilherme Varella, destaca que o LabicBR é também uma “grande estufa” de experimentação e de proposição de novas formas de gestão pública, tão necessárias e reivindicadas pela sociedade. “O evento e os desdobramentos dele são em si uma inovação na relação colaborativa entre sociedade, setores culturais e Estado. Precisamos evoluir muito mais, mas de estufas como essa podem surgir mais inovações na forma de organização do Estado, na otimização de recursos, nas formas de governança e de tomadas de decisão”, concluiu.
O LabicBR
O LabicBR reúne 120 participantes, divididos em 12 grupos de dez pessoas que contam com o assessoramento de quatro mentores. Cada grupo se dedicará a um dos 12 projetos e todos participarão de sete workshops, sessões críticas e reflexões sobre o formato de Laboratórios de Inovação Cidadã, entre outras atividades. Tanto os
participantes quanto os
projetos a serem desenvolvidos foram selecionados por meio de chamada pública.
Os 12 projetos são: Aprender Brincando: tessituras afetivas e poéticas para a aprendizagem em rede; Caixa Mágica de Participação Social; Cargografías; Criação de modelo de rádios comunitárias não piratas no Brasil através da geração de capacidades; HiperGuardiões; Jardins Suspensos; Monitoramento Comunitário de Focos de Vetores de Dengue no Brasil e América Latina; Praça: instruções de uso; Redes de telecomunicações comunitárias; Sinergia da Diversidade Ibero-Americana; Todas as tuas idéias: protocolo para ativar processos participativos no espaço público; e VirtualCidade.
Vinicius Mansur
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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