Projeto ‘Tecnologias Sociais para a Gestão da Água’ promove curso de capacitação

28/11/2014 09:25

 

O projeto “Tecnologias Sociais para a Gestão da Água”, vinculado ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC, realiza o curso de capacitação “Gestão Social de Bacias Hidrográficas”, nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). O curso é direcionado a técnicos, estudantes, líderes de comunidades, produtores rurais e lideranças regionais. As metas são:

1.. compreensão dos conceitos de formação da Terra, Biosfera e Mãe-Terra;

2. entendimento da missão do Comitê de Bacia como órgão gestor de um bem comum, a água;

3. construção de um caminho para instrumentalização de um planejamento de gestão de bacias hidrográficas;

4. identificação e integração das legislações complementares e pertinentes ao planejamento de recursos hídricos;

5. empoderamento dos participantes em uma ferramenta de gestão social participativa.

Inscrições gratuitas e limitadas no link www.tsga.ufsc.br/index.php/cursos-presenciais/item/35-gestao-social-de-bacias-hidrograficas

Conversações Interculturais no Sul Global – Descolonização, Direito e Política em debate

19/11/2014 14:42

http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?secao=459

Interculturalidades no Sul Global

Descolonização, Direitos Culturais e Política em debate

Com o intuito de encorajar a comunidade acadêmica e o público em geral a discutir problemas específicos do Sul Global, especialmente da África e da América Latina, desde o referencial teórico descolonial, a revista IHU On-Line desta semana participa da discussão do tema do evento Interculturalidades no Sul Global. Descolonização, Direitos Culturais e Política em debate, promovido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI e Universidade de Santiago do Chile e apoiado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Muitos dos pesquisadores e pesquisadoras de várias partes do Sul Global que participarão do evento em São Miguel das Missões e em São Leopoldo, respectivamente, contribuem nesta edição:Eduardo Devés-ValdésFernanda Frizzo Bragato,Germain Ngoie TshibambeFernando CamposGladys Lechini, Lewis GordonMbuyi Kabunda e Santiago Castro-Gómez.

http://www.ihu.unisinos.br/eventos/agenda/507-conversacoes-interculturais-no-sul-global-%E2%80%93-descolonizacao-direito-e-politica-em-debate

Conversações Interculturais no Sul Global – Descolonização, Direito e Política em debate

As possibilidades de construção do conhecimento a partir das problemáticas específicas do Sul Global, mais especificamente da África e da América Latina, refletidas academicamente por meio do referencial epistemológico descolonial são de extrema relevância para o campo jurídico.

Este evento, coordenado pela Universidade do Vale dos Rio dos Sinos, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI e Universidade de Santiago do Chile, e realizado pelas duas primeiras que mantêm, entre si, o Projeto PROCAD/CASADINHO, objetiva ser um espaço de discussão onde a comunidade jurídico-acadêmica se encontre para enfrentar problemas pouco debatidos, desde uma perspectiva epistemológica igualmente pouco explorada.

Acesse o site oficial do evento.

Objetivos

– Potencializar o diálogo entre as intelectualidades ligadas à África e à América Latina, de modo a articular suas propostas epistemológicas para (re)pensar problemas do Direito e da Política.

– Proporcionar a elaboração de uma agenda de trabalho que aproxime e crie novas relações intelectuais e científico-culturais, priorizando o referencial descolonial e contra-hegemônico.

– Desenvolver reflexão sobre a relação entre o Direito, a consolidação de dos direitos humanos na América Latina e na África e os processos de descolonização no campo teórico-prático.

– Buscar a construção de um locus de produção do conhecimento (do direito) contra-hegemônicos, a partir da revalorização das experiências descoloniais e de centros de produção do conhecimento autênticos.

– Identificar e avaliar formas de cooperação no Sul Global.

Inscrições

Faça sua inscrição aqui.
Em caso de dúvidas, envie um e-mail para ndh@unisinos.br.

Apresentação de Trabalhos

Acesse as informações sobre a apresentação de trabalhos aqui.

Programação

17 de novembro – segunda-feira

Local: Tenandé Park Hotel – São Miguel das Missões – RS

8h30min – Credenciamento e Abertura

9h às 12h – Mesa-redonda 1

Moderador: Mauro Gaglietti – URI

14h às 17h – Mesa-redonda 2

Participantes: Mbuyi Kabunda – Congo/Espanha
Fernando Campos – Portugal

Moderador: Thami Covatti Piaia – URI

Intervalo – Coffee break

19h às 20h30min – Grupos de trabalho (GT´s)

GT 1 – Direito, Interculturalidade e Cidadania
GT 2 – Integração Cultural, Solução de Conflitos e Interlegalidade

18 de novembro – terça-feira

Local: Tenandé Park Hotel – São Miguel das Missões – RS

9h às 12h – Mesa-redonda 3

Participantes: Gladis Lechini – Argentina
Julio Cesar de Oliveira Vellozo – Universidade Presbiteriana Mackenzie – ANPG/Brasil
Lewis Gordon – Jamaica/Estados Unidos

Moderador: Gilmar Antonio Bedin – UNIJUI

14h às 17h – Mesa-redonda 4

Participantes: Tshibambe Ngoie Germain – Decano de la Facultad de Ciencias Sociales, Políticas y de la Administración – Universidad de Lubumbashi – Congo
José-Manuel Barreto – Colômbia/ Inglaterra
Eduardo Devés-Valdes – Chile
Zila Bernd/Nádia Maria Weber Santos – UNILASALLE

Moderador: Luiz Ernani Bonesso de Araújo

19h às 20h30min – Grupos de trabalho (GT´s)

GT 3 – Perspectivas teóricas descoloniais e práticas libertadoras no Sul Global
GT 4 – Raça/racismo, discriminação e direitos humanos

20 de novembro – quinta-feira

Local: Auditório Maurício Berni – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – São Leopoldo

8h30min – Credenciamento e Abertura

9h às 12h – Mesa-redonda 1

Neo-Apartheid Constitutionalism & perpetuation of African de-worlding– Tshepo Madlingozi – África do Sul

La vivencia de Ubuntu y la descolonización africana. Caso de Sudáfrica – Jean-Bosco Kakozi Kashindi – Congo/México

Moderador: Fernanda Frizzo Bragato – UNISINOS

14h às 17h – Mesa-redonda 2

African and Latin American Critiques of Eurocentrism – José Manuel Barreto – Colômbia/Alemanha

Decolonizing the social sciences in Sub-Saharan Africa. Challenges and prospects for futuring the Global South dialogue – Germain Ngoie Tshibambe – Congo

Shifting the Geography of Reason – Lewis Gordon – Jamaica/USA

Moderador: André Copetti Santos – URI

Intervalo – Coffee break

19h às 20h30min – Grupos de trabalho (GT´s)

GT 1 – Direito, Interculturalidade e Cidadania
GT 2 – Integração Cultural, Solução de Conflitos e Interlegalidade

21 de novembro – sexta-feira

Local: Auditório Maurício Berni – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – São Leopoldo

9h às 12h – Mesa-redonda 3

Relaciones bilaterales e intraregionales entre América Latina y Africa. Estado de la cuestion – Gladys Lechini – Argentina

“Democracia, tolerância e cidadania na América Latina – plataformas de Paz e de Justiça à luz dos Direitos Humanos no século XXI” – Fernando Campos – Portugal

Revolutionary and current Arab protests – Amel  Boubekeur – Marrocos

Moderador: Leonel Severo Rocha – UNISINOS

14h às 17h – Mesa-redonda 4

Vodum, santeria, candomblé: aspectos políticos e jurídicos em perspectiva comparada – Hippolyte Brice Sogbossi – Brasil

El neopanafricanismo como ideología postcolonial de unidad política y económica y de cooperación Sur-Sur: mitos y realidades – Mbuyi Kabunda – Congo/Espanha

Moderador: Gilmar Bedin – UNIJUI

Intervalo – Coffee break

19h às 20h30min – Grupos de trabalho (GT´s)

GT 3 – Perspectivas teóricas descoloniais e práticas libertadoras no Sul Global
GT 4 – Raça/racismo, discriminação e direitos humanos

Lançamento de livro ‘África e Direitos Humanos’

14/11/2014 19:54

A coordenação do Projeto Baobás promove o lançamento do livro “África e Direitos Humanos” do escritor angolano Domingos da Cruz, na terça-feira, 18 de novembro, às 19h no auditório do Colégio de Aplicação – UFSC campus Trindade.

O livro tem como tema a questão dos direitos humanos no continente africano, assunto frequente nos noticiários dos países que lançam um olhar distorcido sobre a África. A obra é composta por ensaios e pesquisas elaboradas por mais de vinte estudiosos que mostram posturas criticamente construtivas para melhor conhecer o continente

Domingos da Cruz é graduado em Filosofia e Pedagogia pelo IDBES (Instituto Dom Bosco de Estudos Superior-Angola) e mestre em Ciências Jurídicas-área de Direitos Humanos pela Universidade Federal da Paraíba-UFPB-Brasil. Jornalista, escritor com seis livros publicados e vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos, categoria Ricardo de Melo em 2009. Membro do (NCDH) Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB, atuando no GT de Investigação em Segurança Pública, Violência e Direitos Humanos. É também membro convidado do grupo de pesquisa sobre Retórica e Direitos Humanos do CCJ (Centro de Ciências Jurídicas). Professor de Direitos Humanos, Filosofia da Educação e Teoria da Educação e coordenador do Observatório Angolano Imprensa. Foi porta-voz do Instituto para Mídia na Região Austral de África – MISA-Angola e consultor de ONGs nacionais e internacionais.

http://noticias.ufsc.br/2014/11/lancamento-de-livro-africa-e-direitos-humanos-nesta-terca-no-colegio-de-aplicacao/

Economistas lançam manifesto a favor da inclusão social e contra políticas de austeridade

10/11/2014 16:34

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/537219-economistas-lancam-manifesto-a-favor-da-inclusao-social-e-contra-politicas-de-austeridade

Um grupo de mais de 700 economistas assinou um manifesto online criticando a ideia de que a austeridade fiscal e monetária seja o único meio para resolver os problemas brasileiros. “Esperamos contribuir para que os meios de comunicação não sejam o veículo da campanha pela austeridade sob coação e estejam, ao contrário, abertos para o pluralismo do debate econômico em nossa democracia”, diz o texto.

A reportagem é de Fernando Ladeira, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 08-11-2014.

Sem citar nomes, o documento afirma que um dos vocalizadores do mantra pela austeridade chegou a afirmar que um segundo mandato de Dilma Rousseff só seria levado a caminhar em direção à austeridade sob pressão substancial do mercado, o que foi chamado de “pragmatismo sob coação”.

O manifesto, que conta com a assinatura de nomes como Maria da Conceição TavaresLuiz Gonzaga Belluzzo,Marcio Pochmann e João Sicsú, argumenta que durante a campanha presidencial foram colocados em votação dois projetos para o País, e o vencedor foi o projeto favorável ao desenvolvimento econômico com redistribuição de renda e inclusão social. O documento conta, até o fim da tarde desta sexta-feira, com 774 assinaturas.

Os economistas afirmaram que, na contramão deste projeto, desde o primeiro dia após a reeleição de Dilma “a difusão de ideias deu a impressão de que existe um pensamento único no diagnóstico e nas propostas para os graves problemas da sociedade e da economia brasileira”.

A avaliação de representantes do mercado financeiro de que a desaceleração da economia teria que ser combatida com a credibilidade proveniente de uma austeridade fiscal e monetária, afirma o manifesto, “é inócuo para retomar o crescimento e para combater a inflação em uma economia que sofre a ameaça de recessão prolongada e não a expectativa de sobreaquecimento”. Para eles, se essa proposta for adotada isso irá deprimir o consumo das famílias e os investimentos privados, levando a um círculo vicioso de desaceleração ou queda na arrecadação tributária, baixo crescimento econômico e aumento na carga da dívida pública líquida na renda nacional.

O manifesto acrescenta que é fundamental a preservação da estabilidade da moeda e acrescenta que os signatários do documento também são favoráveis “à máxima eficiência e ao mínimo desperdício no trato de recursos tributários”. “Rejeitamos, porém, o discurso dos porta-vozes do mercado financeiro que chama de ‘inflacionário’ o gasto social e o investimento público em qualquer fase do ciclo econômico.”

O texto ainda critica o argumento de que as desonerações aumentam os gastos públicos e a inflação. Os economistas também avaliam que a inflação manteve-se dentro do limite da meta inflacionária no governo Dilma Rousseff, “a despeito de notáveis choques de custos como a correção cambial, o encarecimento da energia elétrica e a inflação de commodities no mercado internacional”.

Para estes economistas, “é essencial manter taxas de juros reais em níveis baixos e anunciar publicamente um regime fiscal comprometido com a retomada do crescimento, adiando iniciativas contracionistas, se necessárias, para quando voltar a crescer”. Na semana passada, porém, em uma decisão surpreendente, o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros Selic para 11,25% ao ano.

Eles argumentam que a proporção da dívida pública líquida na renda nacional não é preocupante, sob qualquer comparação internacional. A possibilidade de recessão e a carência de bens públicas e infraestrutura social foram citados no manifesto como questões que preocupam os economistas.

Os países desenvolvidos que adotaram um programa de austeridade registraram um agravamento da recessão, do desemprego, da desigualdade e da situação fiscal, complementa o texto.

Tecnologias Sustentáveis: Moda, consumo e ética. A emergência de novos paradigmas no século XXI

10/11/2014 16:33

 

Moda, consumo e ética. A emergência de novos paradigmas no século XXI. Entrevista especial com Susana Saulquin

http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/537194-moda-consumo-e-etica-a-emergencia-de-novos-paradigmas-no-seculo-xxi-entrevista-especial-com-susana-saulquin

“Se até a atualidade o preço era importante, vamos caminhar rumo a uma economia com produtos mais duráveis e de boa qualidade, ou seja, um consumo que substitui o consumismo pela experiência de um consumo consciente e todo pelo bem comum”, diz a socióloga.

Foto: tan-media.com

Enquanto esta entrevista estava sendo editada, as principais modelos brasileiras e internacionais desfilavam a coleção de inverno 2015 naSão Paulo Fashion Week, uma das mais prestigiadas semanas de moda do Brasil e do mundo. O evento gera a circulação de milhares de dólares anualmente e ocorre paralelamente a um movimento de ruptura estética com o século passado.

“Embora a moda e o consumo reinassem junto com a estética durante a última parte do século XX, no começo do século XXI muda o olhar e impõe-se um comportamento ético de cuidado dos recursos humanos e naturais que contradiz os princípios do consumo acelerado de roupas que implicam no ‘usar e jogar’”, avalia a professora e pesquisadoraSusana Saulquin, em entrevista por e-mail à IHU On-Line, fazendo uma análise sobre moda, consumo e ética. “O novo luxo é um conceito que se afasta da ideia do luxo como acumulação de objetos interessados em marcar o status e posição social das pessoas”, complementa.

Segundo a professora, a nova ideologia do século XXI substitui a produção acelerada de estímulo ao consumo por uma ideologia que baseia sua ação no cuidado aos recursos vivos do planeta. “Com a chegada da nova ideologia, que cuida dos recursos tanto naturais como das pessoas, perde vigência este modelo de produção massiva a favor de uma produção responsável de roupas duráveis. Cada vez mais nesta etapa de transição nos afastamos do massivo para nos aproximarmos do desenho pensado a partir de princípios éticos”, destaca.

Por fim, Susana destaca que “analisar a moda do ponto de vista sociológico permite descobrir as vinculações entre a nossa experiência cotidiana e os processos sociais mais amplos que a contêm. Por exemplo, a relação entre a atual sociedade mais individualista e ditada pelas redes sociais permite-nos pensar uma moda mais independente dastendências massivas de vestir”, analisa. “Como todo processo de mudança, o caminho é longo, mas devemos pensar que a tendência à produção de roupas mais sustentáveis e amigáveis com o meio ambiente não tem retorno”, finaliza.

Susana Saulquin estudou Sociologia na Universidade de Buenos Aires. Em 1986 criou e dirige desde então oInstituto de Sociologia da Moda, dedicado à consultoria, ensino e pesquisa do universo têxtil, da indumentária e das modas. Participou na criação da carreira de Design de Indumentária e Têxtil, na Faculdade de Arquitetura, Design e Urbanismo, da Universidade de Buenos Aires – UBA. E, em 2012, criou e atualmente dirige a Pós-graduação em Sociologia do Design. Além disso, é professora na graduação e pós-graduação em diferentes universidades do Chile,Brasil e Argentina. Seu último livro, lançado recentemente, chama-se Política de las apariencias. Nueva significación del vestir en el contexto contemporáneo (Buenos Aires: Paidós Entornos 23, 2014).

Foto: congresosyjornadascidec.blogspot.com.br

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Que implicações há entre moda, consumo e ética?

Susana Saulquin – A moda e o consumo são, em princípio, dois conceitos que se necessitam e funcionam de maneira conjunta, já que é através do exercício do consumo que se impõem as diferentes modas de acordo com as tendências que saem dos centros produtores e que estão muito interessados na circulação de roupas e produtos. Embora amoda e o consumo reinassem junto com a estética durante a última parte do século XX, no começo do século XXI muda o olhar e impõe-se um comportamento ético de cuidado dos recursos humanos e naturais que contradiz os princípios do consumo acelerado de roupas que implicam no “usar e jogar”.

IHU On-Line – Recentemente a senhora afirmou que “o novo luxo é ter roupa eticamente boa”. Do que trata esta percepção? O que isso significa?

Susana Saulquin – O novo luxo é um conceito que se afasta da ideia do luxo como acumulação de objetos interessados em marcar o status e posição social das pessoas. O novo luxo introduz a perspectiva ética da sustentabilidade e do bem comum. Nesse sentido se fala da experiência de um luxo sustentável, que incorpora, por exemplo, nas roupas os princípios que o guiam como reciclado, recuperação de materiais e, em geral, respeito por processos que não denigrem a natureza. Também aparecem outras categorias, como o luxo do tempo livre e a utilização de roupas, que destaquem a extrema qualidade dos produtos e sua durabilidade. Abandona-se a ideia do “consumo conspícuo” proposta por Thorstein Veblen e ressignifica-se sua experiência como um poder transformador a partir do gozo dos sentidos e da importância do ser sobre o parecer.

IHU On-Line – Diante de que tipo de paradigma a contemporaneidade nos situa no que diz respeito ao consumo?

Susana Saulquin – É a nova ideologia do século XXI que substitui a produção acelerada que estimula o consumismo, típica do século anterior, por uma ideologia que baseia sua ação no cuidado dos recursos tanto humanos como naturais. A partir desta ótica, fala-se de um consumo que é consciente e se guia pela ética dos comportamentos.

IHU On-Line – Por que as novas tendências de design divergem do consumo massivo? Que transição é esta que vivemos no século XXI?

Susana Saulquin – Os princípios que guiavam a produção no século XX baseavam-se na aceleração das séries massivas que deviam produzir roupas para serem esquecidas rapidamente e substituídas por outras. Isto provocou problemas, como a multiplicação das oficinas clandestinas e “escravos” onde se colocava o acento apenas na produção, esquecendo as condições dos trabalhadores, assim como também o descuido da natureza.

Com a chegada da nova ideologia, que cuida dos recursos tanto naturais como das pessoas, perde vigência este modelo de produção massiva a favor de uma produção responsável de roupas duráveis. Cada vez mais nesta etapa de transição nos afastamos do massivo para nos aproximarmos do desenho pensado a partir de princípios éticos.

IHU On-Line – Em que medida o discurso sobre o que é “moda” torna-se autoritário?

Susana Saulquin – O discurso torna-se autoritário porque depende de tendências que saem dos centros produtores de moda e são as mesmas para todo o mundo. Ela impõe “o que se usa” a partir de uma construção que sai dosprognósticos de tendências que se põem de acordo para dispor o que as pessoas vão usar nos próximos quatro anos. É autoritária nas formas, cores e materiais, porque impõe de maneira global o que deve ser usado.

“Embora a moda e o consumo reinassem junto com a estética durante a última parte do século XX, no começo do século XXI muda o olhar e impõe-se um comportamento ético”

IHU On-Line – Desde quando o “vestir-se” transforma-se também em ato político?

Susana Saulquin – Na arena das práticas políticas, as aparências convertem-se em aliadas imprescindíveis no processo de construção do discurso de poder. O talento para sua instrumentação vai depender em grande parte, e foi demonstrado ao longo da história, da habilidade dos diferentes atores políticos, para construir rituais cenográficos que facilitem e dissimulem a partir da sedução carismática o exercício da sua dominação.

IHU On-Line – De que maneira as novas configurações sociais e políticas do século XXI exigem outros parâmetros éticos com relação à moda?

Susana Saulquin – Exigem outros parâmetros éticos porque não querem ficar desatualizados e sabe-se que, atualmente, o prestígio já não está relacionado com grandes produções e acumulação de bens que impedem e travam as ações, mas com produções pensadas para a agilidade e a adaptação constante às situações em mudança.

IHU On-Line – Quais sãos os desafios para pensar a moda a partir da perspectiva da sociologia? De que forma o tema da moda pode nos ajudar a compreender aspectos das nossas sociedades?

Susana Saulquin – Analisar a moda do ponto de vista sociológico permite descobrir as vinculações entre a nossa experiência cotidiana e os processos sociais mais amplos que a contêm. Descobre-se assim a rede de dependências e as conexões que se produzem entre os diferentes acontecimentos, podendo compreender de maneira mais clara por que e para que estes ocorrem. Por exemplo, a relação entre a atual sociedade mais individualista e digitada pelas redes sociais permite-nos pensar uma moda mais independente das tendências massivas de vestir.

IHU On-Line – Como superar o desafio de produzir roupas sustentáveis, eticamente fabricadas, em uma economia de mercado absolutamente financeirizada, onde o preço parece ser o principal componente?

Susana Saulquin – Como todo processo de mudança, o caminho é longo, mas devemos pensar que a tendência à produção de roupas mais sustentáveis e amigáveis com o meio ambiente não tem retorno. Por quê? Porque sabemos que a sociedade sempre faz o necessário para sua sobrevivência, e continuar no caminho das modas aceleradas e que promovem o consumismo não está de acordo com uma sociedade que necessita diminuir a depredação da natureza. Por exemplo, o algodão tem processos de tinturaria e necessidade de pesticidas que não são sustentáveis, portanto é necessário buscar alternativas. Se até a atualidade, nesta economia, o preço era importante, vamos caminhar rumo a uma economia com produtos mais duráveis e de boa qualidade, ou seja, um consumo que substitui o consumismo pela experiência de um consumo consciente e todo pelo bem comum.

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Susana Saulquin – Após o século XX, que foi o século do TER e do PARECER, atualmente perfila-se uma lenta recuperação do SER que, não sendo reflexo das exterioridades, consiga reconstruir a importância de cada interioridade.

 

Palestra: “Inovação Tecnológica e Inclusão Social” – Campus UFSC/Blumenau

31/10/2014 10:28

SEMANA ACADÊMICA DAS ENGENHARIAS

Menu de Navegação

03 de novembro de 2014

8h20min – Abertura e Palestra sobre Inovação ministrada pelo Professor Dr. Antônio Augusto Ulson de Souza
14h20min – Palestra Empreendedorismo ministrada pela Professora Msc. Ida Luciana Martins Noriler
16h20min – Palestra Inovação Tecnológica e inclusão social ministrada pelo Professor Dr. Giovane Mendonça Lunardi

04 de novembro de 2014

Engenharia de Materiais

8h20min – Palestra sobre Sustentabilidade
10h20min – Palestra sobre Polímeros Condutores ministrada pelo Prof. Dr. Guilherme Mariz de Oliveira Barra
13h30min – Workshop Gerenciamento de Projetos ministrado pelo Prof. Msc. Pedro Henrique Teshima Shioga

Engenharia de Controle e Automação

10h – Dojô de Robótica com Prof. Dr. Daniel Girardi
14h – Minicurso de Matlab ministrado pelo Prof. Dr. Marcelo Roberto Petry
13h30 – Workshop Gerenciamento de Projetos ministrado pelo Prof. Msc. Pedro Henrique Teshima Shioga

Engenharia Têxtil

8h20min – Palestra Gestão de Inovação ministrada pelo Diretor da empresa Karsten Sr. Alvin Rauh Neto
10h20min – Palestra Aplicações Têxteis em Parapente fornecido pela empresa Sol Paragliders
14h20min – Palestra de Biotecnologia ministrada pelo Sr. Alexandre César Aragão da empresa Akmey
13h30min – Workshop Gerenciamento de Projetos ministrado pelo Prof. Msc. Pedro Henrique Teshima Shioga

5 de novembro de 2014

Engenharia de Materiais

14h – Palestra sobre Compósitos ministrada pelo Prof. Dr. Hazin Ali Al-Qureshi do Centro de Mobilidade UFSC campus Joinville
16h20min – Palestra sobre Inovação Tecnológica fornecida pela empresa Embraco

Engenharia de Controle e Automação

9h – Palestra Primeiros Anos como Engenheiro de Controle e Automação ministrada por Luiz Fernando Schrickte do SIAM (Sistema Integrado de Automação e Monitoramento)
10h – Palestra Empresa Bermo ministrada pelo Eng. Rodrigo Ruediger
11h – Controle de Processos Industriais, ministrada pelo Prof. Dr. Júlio Elias Normey-Rico do DAS (Departamento de automação e sistemas) da UFSC
14h20min – Minicurso de Matlab, ministrado pelo Prof. Dr. Ebrahim Samer El Youssef
16h20min – Palestra sobre Inovação Tecnológica fornecida pela empresa Embraco, ministrada pelo Sr. Marcus Hardt

Engenharia Têxtil

10h20min – Palestra sobre Ecotingimento ministrada pela Prof. Dra. Heide Picolli
14h20min – Palestra A tecnologia a serviço das confecções ministrada pelo Sr. Paulo Henrique Delfino cunha – Gerente de Relações Institucionais da empresa Audaces
16h20min – Palestra Beneficiamento de Baixo Impacto ministrada pelo Sr. Fernando Siebert – Gerente empresa Coratex
16h20min – Palestra sobre Inovação Tecnológica fornecida pela empresa Embraco, ministrada pelo Sr. Marcus Hardt

Visitas Técnicas

Engenharia de Materiais

Riosulense (06/11/14). Saída às 6h30min

Visita a confirmar (07/11/14) Saída às 8h

Engenharia Têxtil

Empresa Malwee de Jaraguá do Sul (06/11/14). Saída às 9h

Empresa Incofios de Indaial (07/11/14). Saída às 8h

Passeio cultural nas Fortalezas de Florianópolis (07/11/14). Saída às 7h

Observação: o cronograma de atividades está sujeito a alterações.

O caminho da inclusão – Jessé de Souza

28/10/2014 10:19

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/536764-o-caminho-da-inclusao

 

“A última década de crescimento econômico brasileiro, depois de 30 anos de estagnação, foi obra do esforço e do trabalho da parte de baixo da população, que logrou dinamizar a economia e a sociedade como um todo”, escreve Jessé de Souza, doutor em Sociologia pela Universidade de Heidelberg, professor titular da Universidade Federal Fluminense (UFF) e autor de ‘A Ralé Brasileira: quem é e como vive‘ (Humanitas), em artigo publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-10-2014.

Eis o artigo.

Última década de crescimento econômico brasileiro foi obra do esforço e do trabalho da parte de baixo da população, que dinamizou a sociedade – e seu avanço é que pode garantir nosso futuro, afirma sociólogo.

O Brasil de hoje está diante de nova escolha histórica que pode decidir seu futuro. Essa escolha se refere a dois modelos de sociedade distintos. O primeiro, que ainda é o dominante, foi gestado em outro momento decisivo de nossa história, um desses momentos raros em que a escolha entre caminhos alternativos possíveis se realiza e se congela depois em uma espécie de “destino” para as gerações futuras. Esse momento foi o golpe de 1964 e das forças que o apoiaram, que optou por construir um modelo de moderna sociedade de consumo para 20% da população. Essa opção histórica foi consolidada nos anos 1990 com o governo FHC.

O segundo modelo representa o anseio das forças derrotadas em 1964 por uma sociedade mais inclusiva. Modelo esse que vingou na esfera política nos últimos 12 anos, ainda que longe de deter a hegemonia na esfera pública que constrói a “opinião pública” e, portanto, não detém o efetivo controle da prática econômica e social. Afinal, existem limites claros para um Estado reformador em meio a uma sociedade conservadora. Ainda que esse segundo modelo tenha conseguido incluir, de modo precário e instável, outros 20% adicionais da população no mercado de consumo e reduzido formas extremas de miséria material, seu desenvolvimento se deu de modo errático, incompleto, sem efetivo planejamento e ao sabor das conjunturas. A fragilidade das conquistas realizadas pelo segundo modelo é explicada pela manutenção da força social e econômica do modelo anterior, as quais se mantiveram intocadas mesmo depois da eventual perda do poder político.

Para que compreendamos a força inabalada do modelo dominante, mesmo com a perda eventual do poder político, é preciso compreender como funciona a íntima e orgânica relação entre economia e a política. A pedra de toque para que possamos perceber esse jogo, sempre mantido cuidadosamente nas sombras, é o mote da “corrupção e ineficiência estatal” contraposta à suposta virtude e eficiência do mercado. Essa é, na realidade, a “única bandeira” de legitimação do modelo excludente de sociedade ainda no poder real. Esse é, afinal, o único pretexto por meio do qual os interesses mais privados do 1% mais rico podem ser travestidos em suposto interesse geral.

Na verdade, o mercado capitalista, aqui e em qualquer lugar, sempre foi uma forma de “corrupção organizada”, começando com o controle dos mais ricos acerca da própria definição de crime: criminoso passa a ser o funcionário do Estado ou o batedor de carteira pobre enquanto o especulador de Wall Street – a matriz da Avenida Paulista – que frauda balanços de empresas e países e arruína o acionista minoritário embolsa, hoje mais que antes da crise, bônus milionários. Enquanto os primeiros vão para a cadeia, o segundo, que às vezes arrasa a economia de países inteiros, ganha foto na capa da Time como financista do ano. Quem é que ganha, na verdade, com a corrupção tornada legal do mercado e celebrada como mérito? É isso que o cidadão feito de tolo não vê. No Brasil, inclusive, a tolice é ainda muito pior que em qualquer outro lugar. Nenhuma sociedade complexa é tão absurdamente desigual como a nossa, na qual quase 70% do PIB é ganho de capital – lucro, juro, renda da terra ou aluguel – e está concentrado no 1% mais rico da população. Por outro lado, só cerca de 30% cabe aos salários dos restantes 99%. Nas sociedades capitalistas mais dinâmicas da Europa, como França e Alemanha, essa relação é inversa. Nós, brasileiros, somos pelo menos o dobro mais tolos que os europeus. Essa deveria ser a real vergonha nacional.

Mas tem muito mais. Essa transferência grotesca de riqueza entre nós é realizada por serviços e mercadorias superfaturados – cobrados pelo mercado e não pelo Estado – com as taxas de juro e de lucro mais altas do mundo, que são cobradas pelos bancos e pelas indústrias cujos lucros e juros vão para o 1% mais rico. E quem são as classes cujos indivíduos são feitos de tolos senão aquelas médias e trabalhadoras ascendentes, precisamente as que consomem os carros com o dobro da taxa de lucro dos carros europeus; pagam taxas de juro estratosféricas para bancos em qualquer compra a prazo; e serviços de celular dos mais caros do mundo, ainda que o serviço seja incomparavelmente pior? Quem é feito de tolo aqui senão partes significativas das classes médias e trabalhadoras ascendentes, muitas das quais defendem o Estado mínimo e o mercado máximo e pagam preços máximos por produtos e serviços mínimos e de baixa qualidade a capitalistas que possuem monopólios para produzir mercadorias e serviços de segunda categoria?

É essa “corrupção organizada” do mercado que “aparece” como milagre do mérito de capitalistas que na verdade herdaram o privilégio e nunca correram nenhum risco. E é essa visão das coisas que é difundida na esfera pública. Se pensarmos duas vezes, no entanto, percebe-se que o Estado é, pasme-se, o único lugar onde a corrupção ainda é visível como tal e tem, portanto, alguma possibilidade de controle real.

Decisivo, também, é o papel das frações majoritárias e conservadoras da classe média de “verdade” entre nós, aquela que tem um estilo de vida e padrão de consumo semelhante a suas irmãs europeia e americana. Essa classe média é a sócia menor do modelo de sociedade para 20% da população e ocupa os cargos de prestígio do mercado superfaturado e monopolizado.

Essas frações são a “tropa de choque” do 1% de endinheirados não só porque o defendem na prática nos tribunais, nas salas de aula, nos jornais e em todas as dimensões do cotidiano onde a defesa dos privilégios dessa pequena minoria e de seu sócio menor está em jogo; ela também é quem sai à rua, como nas manifestações de junho de 2013, sequestrando as demandas populares do início dos protestos em nome da eterna corrupção só da política, para defender os interesses da classe de endinheirados que a explora. Afinal, esse 1% é a única parcela que efetivamente tem algo a ganhar quando se encurta o Estado e se mercantiliza toda a sociedade.

Nas sociedades que aprenderam a mitigar a produção de desigualdades que o capitalismo estimula, foi o Estado que retirou a saúde, a educação e a previdência das mãos do mercado, de modo a garantir um mínimo de condições básicas de competição social mesmo para quem não nasceu em berço privilegiado. Demonizar o Estado é o pretexto perfeito para quem ganha com a mercantilização total da sociedade, ou seja, o mesmo 1% que já controla toda a riqueza. Mas a tolice das classes médias e frações ascendentes que compram esse discurso como se fosse seu não explica a raiva e o ódio ao uso do Estado – ainda que de modo parcial, incipiente e inconcluso – para os interesses da maioria esquecida da população brasileira.

Isso acontece hoje em dia num grau muito mais alto, posto que essa classe, agora, teme por seu lugar de privilégio devido ao encurtamento do espaço social com as classes populares que foi a principal obra dos últimos governos. O Brasil de hoje ainda marginaliza 60% de sua população das benesses da sociedade moderna, mas o Estado ousou aumentar o número de incluídos no mundo do consumo de 20% para 40%. É a raiva ancestral de uma sociedadeescravocrata, acostumada a um exército de servidores cordatos e humilhados, que explica a tolice dos que compram a ideia absurda de mais mercado no país do mercado já mais injusto e concentrado do mundo.

A raiva, no fundo, é contra o fato de muitos desses esquecidos estarem agora competindo pelo espaço antes reservado à classe média, como vimos nos “rolezinhos”, nas reclamações dos aeroportos cheios e na perda dos valores de distinção com relação à “gentinha” não mais tão cordata e humilhada. Sem o ressentimento e o desprezo ao populacho – no fundo, o medo da competição social revertido em agressão -, não há como entender que tanta gente seja manipulada por um discurso hoje tão descolado da realidade como o da virtude do mercado e demonização doEstado.

Se existe algum bem na polarização das últimas eleições é que ela mostra os conflitos reais que racham a sociedade contemporânea brasileira: a contradição entre as classes sócias no projeto de construção de uma sociedade para 20% e o projeto inconcluso e incipiente de um Brasil para a maioria da população. A segunda “abolição da escravatura” – hoje não mais de uma raça, mas de uma grande classe de excluídos – proposta por Joaquim Nabuco há mais de cem anos é hoje mais atual que nunca.

Esse é o núcleo do modelo alternativo de sociedade para o Brasil moderno. Central para o sucesso do projeto é que tanto as frações progressistas da classe média – elas também existem – quanto as que hoje são feitas de tolas por seus verdadeiros algozes compreendam que têm muito mais a ganhar com um Brasil mais inclusivo.

A última década de crescimento econômico brasileiro, depois de 30 anos de estagnação, foi obra do esforço e do trabalho da parte de baixo da população, que logrou dinamizar a economia e a sociedade como um todo. Com um mínimo de estímulo, foram as classes populares voluntariosas que encheram de otimismo e vigor uma sociedade estagnada e decadente. O futuro do Brasil, e muito especialmente das classes médias e ascendentes, não aponta para a aliança subordinada com os endinheirados em que o lugar do otário e do esperto já está pré-decidido. Aponta para o novo, para o nunca realizado que é a verdadeira cura para a doença brasileira: o câncer do Brasil para poucos.

Para isso não é preciso muito: só um pouquinho mais de reflexão e generosidade e um pouquinho menos de mesquinharia e tolice.

9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul

23/09/2014 22:23

9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul

DEMOCRATIZANDO

08 de janeiro a 31 de março de 2015

Regulamento

A 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul abre chamada para cadastrar instituições que tenham interesse em participar do evento realizando sessões com os filmes da mostra. Poderão participar da seleção e habilitação cineclubes, pontos de cultura, institutos federais de educação profissional, científica e tecnológica, universidades, museus, bibliotecas, sindicatos, associações de bairros, telecentros, unidades do Sistema S e outras instituições quaisquer que se habilitem a exibir alguns dos filmes da Mostra.

Os selecionados receberão um kit contendo os filmes para exibição em formato DVD. O evento é voltado a obras realizadas em países do Hemisfério Sul cujo conteúdo contemple aspectos relacionados aos Direitos Humanos, tais como: direitos das pessoas com deficiência; população LGBT/enfrentamento da homofobia; memória e verdade; crianças e adolescentes; pessoas idosas; população negra; população em situação de rua; mulheres; Direitos Humanos e segurança pública; proteção aos defensores de Direitos Humanos; combate à tortura; democracia e Direitos Humanos.

A Mostra continua a firmar parceria com até 1000 locais de exibição e com o projeto Inventar com a Diferença.

Dos Objetivos

1. O evento exibirá filmes de curta, média e longa metragem sobre o tema Direitos Humanos nas 26 (vinte e seis) capitais brasileiras e no Distrito Federal, em diversas cidades do país através do Kit-Democratizando e em embaixadas brasileiras no exterior por meio de sessões gratuitas. São objetivos indiretos, porém primordiais à mostra:

a. Envolver o público situado fora dos grandes centros no debate sobre seus direitos;

b. Promover a ampliação do debate sobre os Direitos Humanos através da produção cinematográfica do Brasil e do Hemisfério Sul.

Da Inscrição

2. As inscrições para as instituições interessadas em participar da 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul estarão abertas de 15 de setembro a 15 de novembro de 2014. Os responsáveis pelas instituições devem preencher a ficha de inscrição

3. As instituições interessadas devem declarar que possuem espaço apropriado para a realização de sessões com projeção de DVD.

4. Não há previsão de contrapartida financeira pelas instituições interessadas. As despesas de envio do kit serão de responsabilidade da Mostra.

5. Todo e qualquer apoio ou patrocínio captado pelo representante da instituição para subsidiar o evento em sua instituição será por ele administrado, não havendo vínculo com a referida Mostra;

6. O material do kit ficará para o acervo das instituições selecionadas.

7. As sessões devem ter entrada franca.

Da seleção dos locais de exibição

8. A lista das instituições selecionadas será divulgada até 25 de novembro de 2014, pela internet, no site do evento e nos sites das instituições envolvidas na realização do evento.

9. Apenas os selecionados serão contatados por e-mail para confirmação de interesse e agendamento das datas de exibição. Uma vez habilitadas, as instituições selecionadas receberão gratuitamente kits com filmes, catálogo e materiais da Mostra para as exibições.

10. Em caso de demanda superior a 1.000 kits, as instituições serão selecionadas com base nos seguintes critérios:

a. Distribuição regional;

b. Capacidade de atendimento ao público;

c. Capacidade de atingir segmentos sem acesso ao cinema;

d. Maior atendimento aos requisitos de acessibilidade.

11. O kit-democratizando será composto por:

a. 1 caixa personalizada

b. 1 camisa

c. 1 bolsa

d. 1 bloco de notas

e. 1 caneta

f. 1 encarte com 3 DVDs

g. 1 catálogo

Da Exibição

12. Os filmes serão exibidos em formato digital em programas por todo o Brasil, em até 1.000 instituições habilitadas;

3. Todos os filmes do kit serão enviados com opção para utilização de closed caption e audiodescrição.

14. As instituições selecionadas devem se comprometer a realizar, entre janeiro e março de 2015, pelo menos três sessões dentre os programas recebidos no kit, sendo facultada a realização de outras mais;

15. Cada instituição deverá realizar pelo menos uma sessão acessível, de filme com audiodescrição e, se possível à instituição, com tradução para Libras, sendo facultada a realização de outras mais, a depender da demanda de cada localidade. As peças publicitárias e os filmes do kit seguirão adaptados para a divulgação e a realização da sessão acessível, mas, quanto à tradução para Libras, sua disponibilização é responsabilidade das instituições exibidoras;

16. O responsável de cada cidade deve garantir o espaço físico para exibição das mostras, equipamentos necessários à exibição (tela, aparelho de DVD e projetor), a organização e divulgação na sua cidade;

17. As instituições devem indicar as condições de acessibilidade das instalações em que realizarão sessões, principalmente sessões acessíveis, preenchendo o formulário específico de requisitos no ato da inscrição. O atendimento dos requisitos não é obrigatório para participação na Mostra, mas incentiva-se a realização de sessões inclusivas a pessoas com deficiência;

18. Cada representante da instituição tem a liberdade para realizar atividades paralelas relacionadas com o evento como: oficinas, debates, seminário, mostras regionais e locais, exposições e apresentações entre outros;

19. Após a realização do evento, o representante de cada instituição se compromete a enviar por email para a coordenação da Mostra um relatório contendo:  (O envio deste material é obrigatório)

a. formulários sobre acessibilidade devidamente preenchidos (serão fornecidos no site www.mostracdh.uff.br)

b. material de divulgação utilizado;

c. matérias sobre a mostra veiculadas na imprensa local ou nacional (seja ela impressa, televisiva ou na internet);

d. fotos e relato da experiência em sua instituição.

20. A inscrição da instituição na 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul implica na plena aceitação deste regulamento.

Inscreva-se

9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul DEMOCRATIZANDO

Mais informações podem ser obtidas pelos telefones:

+55 21 2629.9763 (Universidade Federal Fluminense – IACS/KUMÃ)

+55 61 2025.3732 /3950 (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República)

ou no e-mail: mostracdh.democratizando@gmail.com

http://www.mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2014/?q=content/regulamento

SABERES INDÍGENAS

23/09/2014 22:06

Em Manaus e São Gabriel da Cachoeira (AM) e em Belém (PA), 460 professores indígenas que lecionam nos anos iniciais do ensino fundamental concluem, este ano, curso de aperfeiçoamento da ação Saberes Indígenas na Escola, coordenado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em rede com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) e com a Universidade Estadual do Pará (Uepa).

A ação Saberes Indígenas na Escola é uma iniciativa do Ministério da Educação para oferecer a esses professores formação bilíngue ou multilíngue em letramento e numeramento em línguas indígenas e em português, conhecimentos e artes verbais indígenas. O curso, presencial, é ministrado por instituições públicas de educação superior em parceria com estados e municípios. Este ano, no país, 2.201 professores indígenas estão em formação. Das 24 instituições que constituem a rede Saberes, 19 já começaram as atividades.

De acordo com o professor Gersen Baniwa, que coordena a rede formada pelas duas universidades e pelo instituto federal, o curso teve início em diferentes datas, em fevereiro e março últimos. São 240 horas de duração, com conclusão prevista para dezembro. Na região Norte, segundo Baniwa, a formação considera como primeira língua a materna. O português é a segunda. “Temos um panorama rico e complexo ao mesmo tempo, especialmente nas áreas de fronteira, onde predomina o multilinguismo”, afirmou.

Na avaliação do coordenador, a formação de professores indígenas é uma atividade minuciosa, em classe e extraclasse e também na elaboração de materiais didáticos. Esse foi o motivo do aumento da carga horária do curso, de 180 para 240 horas. É também, de acordo com Baniwa, “uma incrível oportunidade de colocar em prática as leis e normas que determinam a valorização das línguas maternas”.

Para as instituições públicas de educação superior que integram a rede, é uma forma de constituir quadros de professores e pesquisadores com experiência, capazes de dar continuidade ao processo de qualificação. Baniwa salienta que, no Amazonas, 2,6 mil professores indígenas lecionam nos anos iniciais do ensino fundamental e são candidatos potenciais à formação Saberes.

Rede — A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) coordena a rede de instituições públicas de educação superior que promove a formação de professores indígenas nas regiões Sudeste e Sul e nos estados nortistas de Roraima e Amapá. A rede é composta pelas universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Catarina (UFSC) e do Espírito Santo (UFES), além da UFMG, e as estaduais de Maringá (UEM), do Rio de Janeiro (Uerj) e de São Paulo (USP).

Segundo a coordenadora da rede, Ana Maria Gomes, do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da UFMG, estão em formação 550 professores indígenas, de nove etnias. Eles são atendidos por 87 professores das universidades da rede, além de coordenadores e orientadores de estudos vinculados a secretarias estaduais e municipais de educação. O curso é presencial, de 180 horas, ministrado em oficinas das universidades, quando é exigido o uso de equipamentos e laboratórios; nas aldeias em que os professores lecionam e em encontros regionais. As universidades deram início aos cursos entre dezembro de 2013 e março último.

Ana Maria destaca a diversidade linguística dos povos atendidos na rede. Em Minas Gerais, são os xacriabás, pataxós e maxacalis; no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, os caingangues; em Santa Catarina, os xoclengues; no Amapá, os oiampis; em Roraima, os ianomâmis e iecuanas; do litoral do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, os guaranis.

De acordo com Ana Maria, a exemplo da região Norte, a maior parte dos professores que faz a formação continuada trabalha, como primeira língua, com as maternas. O português é a segunda. Entre as etnias atendidas pela rede, os caingangues e xoclengues praticam o bilinguismo. Os maxacalis são quase monolíngues, enquanto os guaranis usam a língua materna em todo o litoral brasileiro. Os outros povos têm o português como primeira língua, mas estão em processo de revitalização das línguas maternas, segundo Ana Maria. A coordenadora destaca que nos trabalhos de expressão oral é considerado também o “português indígena”, uma mistura de línguas.

Censo — O Censo Escolar realizado em 2013 registra 5.214 professores indígenas em atividade nos anos iniciais do ensino fundamental regular e nos anos iniciais da educação de jovens e adultos. Esses educadores são o objeto da ação Saberes Indígenas na Escola. O censo também contabiliza 126.665 estudantes indígenas matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental regular e na educação de jovens e adultos.

A rede responsável pela formação dos professores indígenas dos anos iniciais é composta por 24 instituições, sob a coordenação das universidades federais do Amazonas, de Rondônia (Unir), de Mato Grosso do Sul (UFMS), de Goiás (UFG), de Minas Gerais (UFMG) e do Rio Grande do Norte (UFRN); do Instituto Federal de Roraima (IFRR) e da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). São parceiras as secretarias estaduais e municipais de educação.

Os recursos para as atividades são do Ministério da Educação, repassados no formato de bolsas mensais. Nas universidades, o valor é de R$ 1,5 mil para o coordenador-geral da formação; R$, 1,4 mil para o coordenador adjunto; R$ 1,2 mil para o supervisor de formação; R$ 1 mil para o formador e R$ 765 para o orientador de estudos. A bolsa do coordenador vinculado à secretaria estadual ou municipal de educação é também de R$ 765. A do professor cursista, de R$ 200.

A ação Saberes Indígenas na Escola foi instituída em 30 de outubro de 2013 pela Portaria do MEC nº 1.061. Em 6 de dezembro do mesmo ano, a Portaria nº 98, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, regulamentou a ação e definiu diretrizes complementares. Em 12 de dezembro de 2013, a Resolução nº 54 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estabeleceu orientações e procedimentos para o pagamento das bolsas de estudo e pesquisa.

Ionice Lorenzoni

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20809

UFSC – Comitê avalia melhoria da acessibilidade do Vestibular UFSC

23/09/2014 21:12

O Comitê Gestor da Coordenadoria de Acessibilidade Educacional (CAE) se reuniu nesta quinta-feira, 18 de setembro, com a Presidência e a Coordenação Pedagógica da Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), para avaliar estratégias de melhoria da acessibilidade do Vestibular da UFSC aos candidatos com deficiência.

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Na ocasião, encaminharam-se ações relativas à capacitação dos fiscais que atuam com candidatos que requerem condições especiais, além do aprofundamento da análise dos pedidos realizados por estes. O objetivo é promover a isonomia no vestibular, favorecendo a equidade das pessoas com deficiência no acesso ao ensino superior. Essa parceria entre os dois setores ligados à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) representa um indicador do compromisso da UFSC com a inclusão social e com o acesso democrático ao conhecimento.

Mais informações: (48) 3721-4648

http://noticias.ufsc.br/2014/09/comite-avalia-melhoria-da-acessibilidade-do-vestibular-ufsc/#more-117737