Empregabilidade de Portadores de Necessidade Especiais
http://www.pensandogrande.com.br/pequenas-empresas-tambem-ganham-com-a-inclusao-social/
Na hora da contratação de um novo funcionário o que o pequeno empresário deve levar em conta? Diversos são os quesitos que compõem esta “ficha de avaliação”: formação e qualificação, local onde reside, vontade de aprender e trabalhar, perspectiva que ele tem para o futuro, etc. Infelizmente, quando um portador de necessidade especial se candidata à vaga, todos estes pontos são colocados em segundo plano e o empresário, na maioria das vezes, prefere um profissional menos qualificado que o portador, seja por medo ou por falta de informação.
Em 1991, a lei nº 8.213, artigo 89, foi criada estipulando uma cota de 2% de empregados portadores de necessidades especiais quando a empresa tem a partir de 100 funcionários. Quando este número é de 1000 empregados, a cota mínima para portadores sobe para 5%. Paralelamente a isso as pequenas empresas são responsáveis por empregar grande parte dos brasileiros. Para se ter uma ideia só em 2008, 55,4% dos empregos oferecidos estavam nas PMEs. Outra dado interessante e que completa este quadro está no número de vagas oferecidas para portadores de necessidades especiais: cerca de 37 mil vagas, porém somente 7 mil foram preenchidas.
Mas o que todos esses dados querem dizer? O consultor Antonio Carlos Pereira conversou com o Pensando Grande sobre o problema de empregabilidade dos portadores de necessidades especiais e destacou que os empresários são desinformados sobre o assunto.
Pensando Grande: A cota de pessoas necessidades especiais se aplica de alguma maneira a pequena empresa?
Antonio Carlos Pereira: A cota é irrestrita, por isso é necessário um olhar mais específico do que o jurídico. De um modo geral as empresas têm o compromisso social de disponibilizar um percentual X do quadro de funcionários para os deficientes.
Pensando Grande: Onde o empresário pode achar informações para adaptar sua empresa para receber portadores de necessidades especiais?
Antonio Carlos Pereira: A internet facilitou muito essa busca por informação. O CONADE – Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência traz uma série de pontos importantes que o empresário deve saber como documentação, legislação e palestras. A Secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania também pode servir como fonte para esse empresário.
Pensando Grande: Quais são as dicas para que o pequeno empresário encontre pessoas com necessidades especiais e capacitadas para a empresa?
Antonio Carlos Pereira: As agências de emprego já estão mobilizadas neste sentido porque além da lei de 2% a 5%, o papel social que as empresas devem desempenhar é muito relevante. Além disso existem diversos cursos e escolas específicas que atendem estas pessoas. O mais importante nisso tudo é entender que ser portador de necessidade física não tem relação com não ser instruído ou ter dificuldade de aprender. Existe resistência das empresas pois elas tem um conceito pré-estabelecido que vão ter que adaptar o lugar para esta pessoa e resistência é fruto do desconhecimento. Isso é não é falta de informação, mas sim falta de busca por informação. Não é necessário modificar toda a estrutura da empresa para empregar um profissional deste tipo. Essa atitude pode levar o empregador a perder um funcionário exemplar por este pré-conceito. Estar em uma cadeira de rodas, por exemplo, não é estar aprisionado na ignorância, muito pelo contrário. Essas pessoas tem ainda mais vontade de mostrar suas capacidades por superar sempre desafios.
Pensando Grande: Como a convivência com a diferença pode ser positiva para os funcionários da empresa?
Antonio Carlos Pereira: Essa convivência é vital desde que não seja apenas resultado de uma tolerância. Se você olha para alguém diferente e age apenas como tolerância (ou seja, suportar aquilo que você não pode evitar) esta experiência pode causar muitos conflitos. Na sociedade como um todo você não convive com pessoas iguais a você; você convive o tempo todo com a diferença e a empresa nada mais é do que uma extensão da sociedade. Valorizar não só o portador de necessidade especial é valorizar um ser humano e toda a experiência que ele pode agregar a equipe.
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